Expedição Galo Pedal III - Curitiba-Floripa - Fevereiro de 2014

Após uma temporada, outra Expedição Galo Pedal vai sair!!! Após percorrer o Nordeste e Centro-Oeste, desbravaremos os meandros das praias e paisagens Sulinas entre Curitiba e Floripa. Tentaremos manter o máximo de atualização no blog, na medida que as localidades e o nosso espírito de isolamento permitir!!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

O Dia de Sorte

Essa postagem será a transcrição de algo que escrevi em Aver-o-mar, após a praia de Carneiros, no dia que o Juninho se despediu, fisicamente, da Expedição Galo Pedal.

" Hoje foi um dia de sorte, pelas circunstância é claro.

Ontem, quando saímos da Pousada da Dona Simone, em Maragogi, a gente planeijava dormir antes de chegar a Tamandaré. Dormiríamos acampados na praia, entre Varzea do Una e Tamandaré.

Saímos de Maragogi e fomos para Varzea do Una, vilazinha ao lado do Rio Una, onde teríamos que atravessar o Rio pra continuar pela praia. Alí foi uma maratona: almoço no Bar da Indomada, visita ao Museo, compras de miojo, negociação com o jangadeiro Biu, interação com os meninos, e atravessar o rio.

Rio atravessado, passamos mals bucados para atravessar a primeira praia, que era de areia fofa e inclinada (a maré ainda estava baixando). As bikes ficaram a milanesa. Sorte que no final da praia tinha uma lagoinha para lavá-las. Do outro lado, outra praia muito doida, lugar perfeito pra acampar, mas, queríamos andar mais um pouco.

Pedalamos vendo o anoitecer por duas praias, e entre elas conhecemos a ilha do coqueiro solitário, nem deu pra tirar foto pois ja tava quase escuro. No final da segunda praia fomos pedir informação a um pessoal que estava sentado em uma construção. Eram pescadores que dormiam ali, num bagalôzinho que estava quase pronto, mas o IBAMA tinha embargado a obra. Conversamos com eles e decidimos ficar nas palhoças deles um pouco mais a frente, mas desistimos pois as formigas não queriam a nossa presença alí. Seguimos adiante e, chegando ao rio, decidimos voltar, para passar por esse local de dia, que devia ser bem bonito (já era noite). Voltamos e acampamos no Bangalô onde os pescadores estavam. Cabia todo mundo e com muito espaço. Era na beira da praia, um lugar muito legal.

Armamos acampamento, tomamos banho, fizemos comida e quando eu já estava deitado pra dormir ouvi o barulho da queda do Juninho. Era uma passagem para o "porão" do bangalô, e estava do nosso lado. Porém, a sombra da lâmpada posta ali nao permitia ver que era uma passagem. Parecia apenas um degrau. (vide foto). Ai fomos, desesperados, socorrê-lo.

Ai que começa a sequência de "Sortes"!!
POR SORTE, o Juninho pareceia ter só machucado o ombro. Pela queda, poderia ter sido pior.
POR SORTE, um dos pescadores que estava ali (o Juca) veio logo e deu apoio pra gente. Ligou pra um amigo dele, policial em Tamandaré, que, POR SORTE, estava de plantão e segui pra lá levando a ambulância da cidade. Demoraram uns 30 min. Quando chegaram, tiraram ele do porão na maca, e levaram para Tamandaré. O Bernardo foi e eu fiquei pra tomar conta das coisas.

Mais tarde o Bernardo ligou e disse que estavam indo pra Recife. Eu comecei a agilizar com o Juca um jeito de levar as coisas pra lá no dia seguinte. Ele disse que depois da pesca "desenrrolávamos" isso.

POR SORTE, Bernardo e Juninho foram direto pra um bom hospital (talvez o melhor do estado), POR SORTE, conseguiram contato com o Gustavo, nosso amigo de Recife, que deu total apoio pra eles. E, finalmente, POR SORTE, eu consegui (com ajuda do Juca, mais uma vez) uma S10 pra levar as 3 bikes e as coisas pra Recife. Quando estava tudo bem, Juninho e Bernardo na casa do Gustavo, já com passagem de volta comprada pro Juninho, eu cheguei a Recife.

Eu e o Bernardo, decidimos retornar pra Tamandaré e continuar a viagem dalí, afinal "Desistir é para os fracos!!" Retornamos com a S10 pra lá. No final da tarde, conhecemos a praia dos Carneiros. Mas, precisávamos atravessar o Rio pra continuar viagem do outro lado. Quase desistindo. POR SORTE, conhecemos o Baby e a Dona Luciene (Lu, para os íntimos). Eles estavam meio tontinhos de Pitu, mas foram super receptivos, chamaram a gente pra dentro, e quando passou um barco de conhecidos deles, eles conseguiram a travessia pra gente.

Depois que atravessamos (já estava escuro) seguimos mais um pouco, até o primeiro povoado (Aver-o-mar) e por aqui ficamos. Acampamos na praça, quardamos as bikes aqui na Pousada Estrela do Mar, e jantamos por aqui mesmo.

Nesse dia tão conturbado, a gente chama um dia de sorte porque dentre tudo que aconteceu para a gente, apenas a queda do Juninho foi um azar. O resto todo, foi uma seguencia de "Sortes" inacreditáveis. E, pra que isso acontecesse, nos contamos com a bondade, compaixão, ajuda (sei lá, nem temos palavras pra descrever) das pessoas daqui. A simplicidade e o coração dessas pessoas é impressionante. Temos muito que agradecer a eles. De coração.

Assim, termino aqui, o relato desse 4º-5º dia. "


Fotos:
Onde acampamos:

onde o Juninho caiu:

Juca, quem mais nos ajudou (valeu ae):

O carreto à Recife:

O retorno a Tamandaré (Praia dos Carneiros):

Pracinha de Aver-o-mar:

Quando pensa que não, quem encontramos por ali. Vejam e comprovem com seus próprios olhos. O Juninho não havia nos abandonado!!

Detalhe: o nome do criança era Juninho merrrmo!!!

Pronto, falei!

2 comentários:

  1. AQUI É o PERICULOSO
    Fala us minino! poh Juninho, melhoras ae!
    isso dá um livro hein.. e vão pensando onde vai ser a Galopedal II que eu to dentro!

    abraços e boa sorte na pedalada!

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  2. Velho tirando o acidente com juninho a aventura de vcs ta sendo legal!!como disso o brodi ai, isso dá um livro!muito legal queria ta ai pow!!!=/ ainda bem que vcs encontraram gente boa no caminho de vcs né?!hehehehe...espero que continue assim!
    xeru Marquito e meninos

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