Expedição Galo Pedal III - Curitiba-Floripa - Fevereiro de 2014

Após uma temporada, outra Expedição Galo Pedal vai sair!!! Após percorrer o Nordeste e Centro-Oeste, desbravaremos os meandros das praias e paisagens Sulinas entre Curitiba e Floripa. Tentaremos manter o máximo de atualização no blog, na medida que as localidades e o nosso espírito de isolamento permitir!!

sábado, 27 de abril de 2013

Galo Pedal II em Números

Números da viagem (sem contar bonito): 10 dias 489 km pedalados 38 horas em cima da bicicleta (poucas delas empurrando) Média de 12.8 km/h Vel.Max. 57.9 km/h Hospedagem: 3 fazendas, um camping, uma beira de rio, uma varanda de pousada, um hotel fazenda, uma praça pública (assentamento), 3 hostel/hotel. 2 repelente extreme, 2 repelente off. 2,5 tubo de protetor. 2 refil de gás. 11 litros de Tubaina Funada Um tombo. Zero ferimentos. Dois pneus furados. Uma carona caminhão de boi, 2 caronas em toyota. Milhões de pernilongos. Vários bichos avistados R$1469,90 total (sem aéreo) - R$489,96 por pessoa - R$48,99 por dia por pessoa.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Diário de Bordo (11º dia): Assentamento Guaicurus - Bonito

Acordamos, café tradicional, arrumamos as coisas, trocamos uma ideia com o osório e logo partimos para o último dia de estrada. Andamos uma hora e pouco e cruzamos uma comitiva que trazia 907 cabeças desde o pantanal da nhecolandia por 55 dias. Ficariam na estrada por mais uns 7-11 dias. Logo depois, cruzamos um riozinho verde e límpido. Paramos para um banho e um lanche. Logo em seguida havia um posto de fiscalização agropecuária e pequeno boteco borracharia "Posto Dois Morros". Reforçamos o lanche e averiguamos se a placa que dizia "Bonito a 50km", felizmente estava errada, estávamos a 35 km da cidade. Enfrentamos no pique, afim de chegar. Faltando 6km, encontramos o marcio, da Lobo Guará Adventure, uma agência daqui que trabalha com passeios de bike. Trocamos uma idéia rápida, tiramos fotos e saímos pra terminar o percurso. Esses últimos kilômetros foi só alegria. Chegamos pelos fundos da cidade, antes das duas da tarde. Logo apareceu a placa do hostel onde ficaríamos. Fomos até lá, fizemos a cerimônia de chegada com fotos e ligamos pro pessoal que veio encontrar com a gente (meus pais e minha irmã). Eles estavam no centro sentando pra almoçar. Descemos pra lá e brindamos o fim triunfal da Galo Pedal II com um belo almoço com pintados e pacus, e uma cerveja gelada!!! Agora eh só descansar e curtir bonito, antes de voltar pra casa! (prepare o $, aqui não tem como contar com a solidariedade, tem que gastar mesmo!!). Relatos e fotos de bonito na volta pra casa. Valeu a todos que acompanharam e ou ajudaram a gente!!! Enumerarei todos em um novo post em breve!!! Bonito é bonito mesmo, vamo aproveitar! Bjo/abs!!! Fotos:

Diário de Bordo (10ºdia): Chácara Tarumã - Assentamento Guaicurus

Acordamos cedo com a cantoria dos galos do seu armindo. Tomamos um café com ele e começamos a arrumar as coisas. Ele logo cobrou a foto. Buscou a égua, colocou os arreios e entrou na casa. Saiu com uma camisa de botão toda limpinha e com um chapéu bonitão. Foi impressionante ver a vaidade, mesmo vivendo naquelas condições. Na hora da foto ele disse que não podia ser ali, tinha que ser com os bois. O bernardo e o douglas foram para o meio do pasto e tiraram várias. Depois fizemos uma sessão na frente da casa e da gente montado também. Sessão de fotos encerrada, a gente agradeceu e se despediu do seu armindo, que disse que hoje ficaria somente esperando a enfermeira que viria pra vacinar os veio. Entre tarumã e a fazenda califórnia, pegamos mais algumas boas subidas. A faz. é a região mais alta do estado do mato grosso do sul, segundo seu acelino. Lá do alto tinha uma vista boa dos dois lados da serra, um lado Parque da Serra da Bodoquena e o outro da Reserva Indígena Kadiweu (corrigido). Paramos para descansar e fotografar e fomos na fazenda pedir água. Conversamos um pouco com o robson, um jovem que nos recebeu, explicou como seria o caminho pra frente e nos deixou em dia do placar do jogo do barça e bayer. Seguimos caminho pela estrada mais erma de todo o trajeto. Parece que de morraria o pessoal so passa por bodoquena, e do Assentamento guaicurus, só por bonito. Assim aquela estrada fica isolada, apenas com o trânsito de uma ou duas fazendas no meio do caminho. Passamos por áreas de mata e pastos (em um certo trecho, dois tratores trabalhavam com um correntão, deu pra ver a marca deles por bons kilômetros). Percorremos esse trecho até que uma cerca bem arrumada nos acompanhou até uma fazenda bonita. Três peões estavam armando os cavalos e nos convidaram a um terere. Perguntamos se haveria problema fazermos o nosso almoço ali em um canto, eles logo foram conferir se tinha comida e disseram que almoçassemos na fazenda. Não tivemos como recusar, e comemos um estrogonofe de carne, mandioca frita, arroz feijão e salada de tomate e repolho. Fizemos uma siesta,tomamos um terere e seguimos. Mais um bom trecho de estrada cascalhada e chegamos ao assentamento guaicurus. É um assentamento antigo e o pessoal já tem uma postura de pessoal de cidade, pouco receptivo. Paramos num bar e tomamos uma antártica vendo os guris jogando bente-altas. O douglas foi oferecer salgadinho p um menino e o guri agarrou o saco e não soltou, perdeu-se um saco de salgadinho. Procurando por pouso, No terceiro bar da vila, conseguimos um mineiro de montes claros pra nos ajudar. Ele foi chamar o osório, motorista do escolar e que passa a semana num cômodo da associação do assentamento. Ele liberou o banheiro para um banho e nos acampamos no gramado em frente a casa. Um macarrão bruto de sardinha e milho para alimentar e já estávamos recolhidos antes das 9. Fotos (Douglas e Marquito):

Diário de Bordo (9º dia): Bodoquena-Chácara Taruma

A rede deixou eu dormir, mas as 5 horas fui dar a última esticada na barraca. Deu tempo de mais um cochilo até que o dia raiou. Levantamos e agilizamos pra sair, tomar café na cidade. As coisas arrumadas, despedimos do pessoal (Acelino, Eulinda, João e gabriel) e seguimos pra cidade.
  
Procuramos uma padaria e achamos uma lanchonete. Vendo o pão-de-queijo e a linguiça, Eu perguntei "e esse pão-de-queijo, tem recheado?", a moça respondeu "não, só normal". Aí entra o bernardo e pergunta a mesma coisa, ela diz "como assim pão-de-queijo recheado???". Resumindo, compramos o pão de queijo e a linguiça separado e recheamos nós mesmos. Depois de alimentados iniciamos o tão temido dia de subida até Morraria do Sul. Mas logo na saída, uma bela de uma descida de 1,5 km no asfalto que rendeu a velocidade máxima da viagem (57.9km/h). Mas foi só o início. Depois foi um sobe e desce danado, e depois só sobe.

A última subida antes de morraria eh muito longa. Deu pra botar os bof pra fora. Apesar de td, chegamos em morraria entre 12 e 13 horas. Estacionamos no bar do Valto, tomamos um "sorvete" pra refrescar (lá vendia cachaça jamel, cerveja glacial e sorvete), conversamos com ele e dois matutos que estavam apreciando uma glacial. Apesar das ofertas de lugares pra acampar, decidimos almoçar e tentar andar mais um pouco pra aliviar o dia seguinte. Fizemos um arrozão bruto com salcicha e legumes, demos uma paia rápida pro rango descer e aceleramos. Mas não antes de subir no mirante de Morraria do Sul, um alto de morro no meio do pasto e das vacas!



Mais um pouco de sobe e desce e chegamos à Chácara Tarumã, um conjunto de pequenas propriedades com casinhas na beira da estrada. Perguntamos ao primeiro cavaleiro por um pouso. O paraguaio José disse estar sem água em casa, e indicou procuramos o seu Armindo, um senhor que vivia sozinho logo a frente e que tem poço.


Chegamos e o figura nos atendeu e foi logo buscar a chave pra abrir o portão. Um senhor de 58 anos, nascido e crescido na zona rural de Bonito, sem mulher e sem filhos, vive na região a vinte anos e cuida da propriedade de um outro sujeito que está na cidade.

A casa era grande, mas sem luz nem móveis, e sem limpeza a um bom tempo. Arreios e ferramentas se amontoavam na sala, os cachorros dormiam sobre dois sacos de milho furados, também na sala. Em um quarto tinha a sua cama, não muito organizada. Anexa a casa, uma área e a cozinha, únicos lugares onde tinha energia. Ele ofereceu pra fazer um carreteiro pra gente, oferecemos a nossa carne seca e ele logo delegou pra gente a função de fazer o carreteiro. Eu e Douglas pilotamos o fogão à lenha e, entre um chimarrão e uma prosa, o carreteiro saiu ótimo. Foi acompanhado de mandioca cozida e farofa pronta. Belo rango. Rolou um banho frio no escuro banheiro não muito limpo, mais algum bom papo e cama, quer dizer, barraca. Seu armindo nos perguntou se a gente tirava foto, que ele queria uma foto dele com a sua égua. Para o próximo dia, ficamos combinados de tirar uma foto dele, e dar um jeito de enviá-la pra morraria do sul.

  

Diário de Bordo (8º dia): Bodoquena

Hoje num teve sino pela manhã, mas antes das seis já estávamos acordados. Deu pra curtir a preguiça até umas 6 e meia no isolante de gringo do Bernardo depois que ele levantou. Ele saiu pra passear pelas trilhas do hotel. Levantei e fiz um mingalzim. Comemos-lo com granola e interagimos com o Gabriel, filho da Eulinda, que trabalha aqui no hotel.

O seu Aselino, dono do hotel havia saído. Pedimos pra Eulinda pra podermos ir ao rio dar uma nadada enquanto o Aselino  não voltava. A.gente precisava dele pra decidir o dia: pedir pra ficar uma noite mais e fazer um passeio pelo hotel a tarde. Fomos então com o Bernardo, que já conhecera cedim as trilhas, e percorremos passando por várias cachoeiras e nadando em uma delas. Queda grande, lago bem verde, e vários peixes grandes (piraputangas e um dourado maior, que botava medo nos outros).

Após o banho, voltamos pro hotel e batemos um bom papo com o seu Aselino, que nos contou suas idéias interessantes de exploração e uso sustentável do bambu, para vários fins. Conversamos com ele sobre ficar mais um dia, tudo ok, decidimos ir na cidade almoçar, comprar mantimentos, colocar o raio na minha bike e passar a tarde nas cachoeiras do hotel. Chegando na cidade fomos em uma bicicletaria e não tinha como tirar a coroa, na cidade não deveria ter a chave. Fomos em uma segunda procurar a chave. Nos encontramos na bicicletaria e terminamos com o bernardo testando uma big chooper do amorim, que virou brother, e não queria cobrar nada.

Almoçamos no restaurante indicado, que faltava muita coisa, mas o cara foi tão simpático e solícito que  não teve como negar. Finalizado os afazeres da cidade, voltamos pro hotel fazenda e fomos curtir o fim de tarde na tirolesa e corda bamba sobre um poço de água verde e uma bela cachoeirinha.


Terminamos a tarde conversando com o joão (capataz do hotel) e com o Aselino. Ficamos só esperando a janta, que saiu as sete e meia. A fome truava no mundo. Jantamos com seu Aselino e uma família que chegou no hotel, mãe filha e neto (holandês nascido na inglaterra). Foi o tempo de escovar os dentes e se ajeitar pra dormir. Vou tentar dormir na rede porque o esqueleto já tá cansado de isolante duro. Vamo ver se o friozinho deixa.
 


segunda-feira, 22 de abril de 2013

Diário de Bordo (7º dia): Salobra - Bodoquena

Acordamos as 4:00 com dois bêbados chegando no Hotel da Cida e falando: "cuidado pra não tropeçar na barraca dos meninos". Buft! Alguém tropeçou! Por sorte não desarmou. Levantamos 6 e pouco, fizemos um leitim granola e bisnaguinha. Arrumamos as coisas enquanto o pessoal saía pra pescar. Saímos de Salobra sentido Miranda às 8epouco.

Em pouco tempo o pneu dianteiro do Bernardo furou. Gastamos um tempinho trocando e saímos. O Rio Miranda estava bem cheio do lado da estrada, e água passava de um lado ao outro por canais embaixo do asfalto. Era muita água descendo para o pantanal sul!


Chegando em Miranda paramos no posto florestal, pegamos água e e dicas com o policial, e também batemos um papo sobre a pesca na região. Ele nos deu cartilha e panfletos da polícia florestal. Disse que pesca com material de malha (rede) é proibida de qualquer forma e em qualquer época. Na saída, vimos dois sujeitos pescando de tarrafa bem ao lado do posto. Chegamos em miranda, passamos no centro de artesanato tereno e fomos buscar o de comer.


Achamos uma loja de caça e pesca aberta e compramos repelente (um off aerossol durou dois dias) e uma padaria. Lanchamos e compramos mortadela e requeijão pro almoço, além de ganhar uma garrafa de gelo. Dalí, saímos de Miranda passeando pela cidade.

Pegamos o asfalto em boas condições e rendemos bem pela planície, que estava toda alagada. Havia uma fazenda com uma grande plantação de arroz.
 Depois de uns 10-15km começou o sobe e desce, mas não tanto quanto o que conhecemos em Minas, tava até agradável a mudança: da monotonia das grandes retas planas para o sobe e desce leve. Saímos de trecho de fazendas e atravessamos uma área militar, com um Cerradão bem preservado (Campo de Treinamento Betione), depois reiniciaram os pastos.
Paramos em um pequeno conjunto de barracos de sem-terras para descansar. Eles foram super receptivos, contaram um pouco da história deles lá e até ofereceram comida e café (Nilmar, Luan e Nicolau da Silva Sauro, da Assopan, Fazenda Campanário).

Seguimos viagem e um tempo depois paramos pra almoçar sanduíche de requeijão com mortadela e beber milho. Uma descansada no pasto e continuamos. Antes das 5 horas estávamos em Bodoquena.

Foi mais tranquilo do que imaginávamos. Entramos na cidade e paramos o caminhão de melancia. Nada como 2/3 de uma delas pra nos hidratar. O outro terço foi amarrado na Carambike, mais conhecida como Melanciclo (Douglas). A melancia suportou vários trechos radicais e servirá para café da manha do dia seguinte! 



Perguntamos por balneários para acampar, e decidimos averiguar no Hotel Fazenda Betione, seguindo a dica da moça da residência da calçada utilizada para apreciar a melancia. 1,7 km da cidade e chegamos à entrada do Hotel. Um cara disse que o Hotel ficava mais 3km pra dentro da propriedade. A essa altura, 73km depois, a gente num queria mais rodar atoa. Ligamos pro número da porta e descobrimos que não tinha área de camping no Hotel. Mas, quem nos atendeu disse pra irmos conversar, e q era só 1,5km. Fomos. Valeu a pena, o dono do Hotel, Sr. Acelyno, deixou a gente acampar de graça na área de estacionamento. Rolou um banho de cachoeira. Estamos pensando em ficar amanhã pra fazer algum passeio e descansar as pernas (bem como comprar suprimentos e fazer manutenção na marangrela, que perdeu um raio e empenou a roda traseira). Fizemos comida, lavei umas roupas e agora... Cama!