Expedição Galo Pedal III - Curitiba-Floripa - Fevereiro de 2014

Após uma temporada, outra Expedição Galo Pedal vai sair!!! Após percorrer o Nordeste e Centro-Oeste, desbravaremos os meandros das praias e paisagens Sulinas entre Curitiba e Floripa. Tentaremos manter o máximo de atualização no blog, na medida que as localidades e o nosso espírito de isolamento permitir!!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

10º dia - Nova Cruz - Pitimbu

As quatro da matina acordamos para organizar as tralhas pois o Fá iria passar as quatro e meia pra levar a gente até a Ilha. Ele apareceu no horário e já estava amanhecendo. Ainda tivemos a empreitada de ir resgatar meu caderninho que tinha ficado na Lan House no dia anterior. Saímos de Nova Cruz e uns 40min dentro do barco já estávamos na Ilha de Itamaracá, na praia do Forte Orange. Fomos pra porta da padaria e ficamos esperando ela abrir pra tomarmos um café. Após a alimentação fomos fazer o passeio da Trilha dos Holandeses até Vila Velha. Era um percurso não muito bom para se fazer de bike, devido a areia fofa. O que nos fez empurrar quase a metade do percurso. No final, uma bela subida até chegar em Vila Velha. Valeu a pena pois na vila é bem aconchegante e possui uma vista bem bonita. Voltamos pela trilha e fomos fazer uma visita ao Projeto Peixe Boi. Visita feita, seguimos viagem pedalando rumo ao norte da Ilha até chegar a mais um rio que teríamos que atravessar pra chegarmos na Praia do Sossego. Era um pequeno rio, mas como tínhamos que atravessar as bicicletas, não podíamos fazer como alguns moradores que iam nadando. Mais uma travessia de barquinho. A Praia do Sossego era, me desculpem o termo, ducaralho!!! A maré estava baixa e o rio se espalhava pela areia formando várias piscinas. Ali ficamos curtindo e refrescando o calor como peixe bois encalhados na areia. Praia do sossego no maior sossego!!! Seguimos pedalando pela praia, aproveitando a maré baixa até o Pontal da Ilha, que é a ponta norte da Ilha. Lá, teríamos que, novamente, conseguir alguém que nos atravessasse até o outro lado e saíssemos da ilha. Chegamos ao Pontal e não tinha ninguém na beira do rio pra quem poderíamos pedir pra atravessar. Então, mais uma vez fomos pedir ajuda as pessoas nas casas próximas ao rio. Foi aí que avistamos um casal numa casa de veraneio e foi a nossa sorte pois o sujeito conhecia e tinha o telefone do Zelão, que possui um barco a vela pra atravessar as pessoas. Ligamos pra ele e logo logo ele apareceu pra atravessar a gente: primeira travessia a vela! Desembarcamos em barra da --- . Tapiamos a fome com vários cremosinhos, que aqui chamamos de chup-chup (e alguns chamam de geladinho), chips e pipocas genéricas. Carregamos as garrafinhas de água com os moradores dali e seguimos vigem subindo o morro em busca do novo lugarejo: Ponta de Pedra.

Em Ponta de Pedra resolvemos parar pra almoçar. Sentamos em um restaurante na beira da praia, e apenas umas poucas pedras nos separavam do mar. Logo que terminamos de almoçar uma chuva de vento molhou tudo nesta área do restaurante. Sorte nossa que já havíamos terminado. Começamos nos preparar para seguir na chuva. Capa de chuva nas bagagens e partimos. Segundo o dono do restaurante teríamos que chegar em Carne de Vaca até quatro e meia para pegarmos a última balsa. Tínhamos que percorrer, aproximadamente, dez quilômetros e tínhamos meia hora pra isso. Demos um gás e chegamos depois de quatro e meia, porém, as balsas eram até cinco e meia. Entramos então na última balsa pra atravessar pra Acaú, que já é no estado da Paraíba. Na balsa apenas nós e dois caras que vendiam CD nas praias com aqueles carrinhos com um super som. Diversão garantida durante a travessia: “Baaanda Açaíííí com Pimenta!!!! Daum dêêêêê auummm duuuummm!!!! Daum dêêêêê auummm duuuummm!!!” Cotovelo no chão e por ai vai!!! Kkkk..

Como chegamos a Acaú ainda era dia e nos haviam falado que Pitimbu estava a oito quilômetros, decidimos seguir até esta próxima cidade. Chegando quase ao anoitecer passamos em uma lan house pra ver se alguns dos amigos do nordeste nos haviam enviado algo sobre o final da viagem e deixamos post neste blog. Apesar do preço, decidimos pegar uma pousada (Pousada Beira Mar) pois ficamos preocupados de dormir na praia. Tomamos um rápido banho de piscina e comemos um sanduíche na rua antes de dormir. Deitei na rede narrei sozinho alguns dias de viagem pro celular enquanto o Bernardo já estava apagado no quarto.

Fotos!!

9º Dia - Recife - Nova Cruz

Acordamos mais tranquilos, não tão cedo, lavamos umas roupas e fomos na rodoviária despachar a bicicleta de Junior Infidelis, que tinha ficado na casa do Gustavo. Tudo isso só foi possível pois o Gustavo nos disponibilizou a casa, o carro e tudo mais que a gente precisou. Muito temos que agradecer a ele, valeu Guga! Deixamos a bike no Correio da rodoviária (era mais barato que o frete de ônibus) e voltamos. Chegamos na casa do Gustavo quase uma da tarde, agilizamos de arrumar as coisas logo, batemos um rango experto feito pela D. Jô na companhia do irmão do Gustavo. Partimos.

Seguimos pela beira-mar da Praia de Boa Viagem querendo chegar ainda neste mesmo dia em Maria Farinha. Se conseguíssemos atravessar para a Ilha de Itamaracá neste mesmo dia, ótimo, senão, passaríamos a noite em Maria Farinha mesmo. No caminho, conhecemos o centro histórico de Recife (marco zero e tudo mais) e fomos até Olinda. Em Olinda nos disseram para visitar o centro histórico também (ladeiras a vista). Subimos as ladeiras lembrando o tanto que as construções desta cidade parecem com nossas cidades históricas de Minas, porém, com vista para o mar. Aproveitamos pra comprar umas lembranças e aceleramos os pedais para chegar em Maria Farinha. Chegamos ali a noite já e fomos direto pra balsa. Mais uma que estava estragada! Todas que vimos, até este momento, não estavam funcionando. Esta balsa, levaria a gente até Nova Cruz, que fica do outro lado do rio. Atravessamos no barquinho do Beto, o qual não animou de levar a gente até a Ilha, o que desencadeou uma série de zuação por parte da galera que tava lá com ele: “Tá com medo!! Kkkk”. Em Nova Cruz, nos indicaram pra procurar o Fá, que talvez ele animasse de levar a gente naquela hora. Achamos o Fá e ele não animou. Vários motivos, sendo o maior deles que a maré estava subindo o que tornava a travessia difícil e perigosa pra noite. Ele arrumou um lugar pra acampar na área de um bar ao lado do rio. Enquanto esperávamos o dono do bar pra abrir pra gente, lanchamos um sanduíche na vendinha que tinha por ali e fomos na Lan House rapidinho. O hotel desta noite era um área coberta ao lado do rio, com sanitário e local de banho (o rio). Armamos a barraca ao lado da mesa de sinuca e por ali dormimos junto aos pernilongos.

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8º Dia: Gamboa (P.de Galinhas) - Recife

Acordamos bem cedinho com um belo nascer de sol. Tomamos um café reforçado (mingal de maizena com granola) e esperamos o primeiro pescador passar pra pedir pra atravessar dois ciclistas ilhados pro outro lado. Por sorte, passou o mesmo pescador que encontramos no dia anterior. Ele perguntou se tínhamos dormido lá e falou que atravessava a gente, mas que ele ia buscar a jangada do outro lado ainda. Ok, ficamos esperando arrumando as pressas as coisas. Logo ele apareceu com a jangada e nos fomos atravessar. Na primeira tentativa, colocamos as duas bikes e nos três, mas já na saída vimos a impossibilidade de fazermos o trajeto com essa carga. A jangadinha, alguém ou alguma bike afundaria no primeiro metro de travessia. Foi ai que eu desci e ele foi levar o Bernardo primeiro e voltaria pra me atravessar. O Bernardo foi em pé, mas eu não tive essa coragem toda pois a jangada era bem pequena e balançava bastante, alem de ficar quase na altura d’água. Após uma hora neste processo, chegamos com vida lado, graças ao seu Edson. Estávamos agora na área portuária do Porto de Suape, algo que não é permitido. Pedalamos até pegar uma estrada que nos levou em direção a saída do porto. Não tivemos problema, ninguém parou a gente. Pegamos uma estrada de asfalto que dava a volta no porto e nos levava até Gaibú. Acredito eu que esse trecho foi o mais perigoso devido ao intenso tráfego. Paramos ao lado de um sacolão em Gaibú e complementamos o café com umas frutas fresquinhas. Seguimos então pedalando por belos morros que dão acesso a Praia de Calhetas. Valeu a pena o esforço pois esta é uma das praias mais belas de todo o percurso. São duas pequenas praias que juntas formam um coração. Tem área pra banho e pra mergulho. Ficamos ali no Bar do Arthur aproveitando todos esses atrativos durante a tarde e tomando uma cervejinha com porçõezinhas. Voltamos pelos morros, dos quais a vista nos permite vislumbrar Calhetas e outras praias do outro lado e a cidade de Recife bem ao fundo. Descemos até a praia de Gaibú e seguimos pela estrada beira praia pelas praias seguintes (enseada, ETc..) até a pedra do Xaréu, onde entramos pra conhecer e tirar umas fotos. Como pretendíamos chegar a Recife neste mesmo dia, seguimos viagem forte nos pedais. Passamos por estrada em obras e grandes resorts em construção na beira da praia até chegarmos a ponte. Esta ponte, ligará Barra da Jangada, já na área urbana de Recife, ao litoral sul, porém não estava em funcionamento ainda. Era possível dois ciclistas passarem tranquilamente, mas o chefe da obra não permitiu. Tivemos que chamar do outro lado do rio pra que um cara viesse em sua jagadinha atravessar a gente. Para embarcar, tivemos que descer um barranco de areia de três metros de altura com as bikes. Tivemos que atravessar um de cada vez novamente. Sucesso mais uma vez. Trocamos uma idéia com um pessoal que estava do outro lado do rio e seguimos viagem já pela zona urbana de Recife. Caímos na beira-mar no início da Praia de Boa Viagem, que vai até a casa do Gustavo, onde passaríamos a noite. Chegamos bem cansados após um dia de 60 km de pedal. Descemos com as coisas, fomos em um lava-jato próximo dar um trato (ou um jato) nas magrelas antes de tratar do nosso corpo. Bicicletas limpas e lubrificadas fomos nos limpar e alimentar. Aproveitamos enquanto a pizza não chegava para atualizar esse blog e mandar alguns emails. A pizza chegou, comemos quase dormindo, e dormimos após comer. Uma noite tão confortável que até ar condicionado tínhamos.

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7º dia: A-Ver-o-Mar - Porto de Galinhas

Acordamos em A-Ver-o-Mar e fomos tomar um café-da-manhã na Pousada Estrela-do-Mar. Alimentação feita fomos dar um trato nas magrelas antes de seguir viagem. Gastamos ali mais de hora limpando, lubrificando e ajeitando algumas coisinhas nos nossos veículos. Durante esse período tivemos a companhia do Vitor, funcionário da lanchonete de frente a pousada, o qual nos encheu um pouco a cabeça com papos e histórias de caráter religiosoevangélico.

Saímos de A-Ver-o-Mar até ..., lugarejozinho de onde nos pegamos um barco (na verdade uma pequena jangada puxada por um barco maior) para mais uma travessia de rio até o condomínio na praia de Toquinho. Era um condomínio fechado, de grandes mansões povoadas (estilo Jurerê), naquele momento, apenas pelos caseiros, jardineiros e outros empregados que ali cuidavam de deixar tudo bem limpo, bonito e funcionando. Pegamos uma estrada de terra, seguindo depois por um asfalto até a entrada de Porto de Galinhas. Esta estrada que leva a Porto estava em obras, situação que não fica muito legal de pedalar. Mesmo assim, nós mandamos ver no pedal até chegar ao centro turístico da região. Seguimos para Maracaípe, uma das praias de P. de Galinhas, a fim de procurar Nequinho e Cris (donos do “Bar da Cris”, famoso em Porto) por indicação de Juca, o pescador que mais nos ajudou no dia da queda de Junior Infidelis. Paramos no primeiro bar que estava aberto desta praia, tomamos uma água de cocô e perguntamos por Nequinho, mas logo descobrimos que Cris era bem mais famosa que o marido. Nos informaram que o bar deles estava fechado, mas que poderíamos procurá-los na casa deles. Ok, lá fomos nós conhecer mais gente hospitaleira após um dia de almoço em família. Chegamos lá, estavam na varanda da casa e nos convidaram a entrar e tomar uma cervejinha. Pouco depois de sentarmos pra uma conversa já nos vieram com pratos de almoço prontos: charque, peixe, arroz feijão, etc. Não tivemos como recusar, nem queríamos! Fomos convidados até para dar uma dormida após o almoço e só não ficamos pra descançar pois tínhamos que pedalar um bucado ainda naquele dia. Deu pra bater uns bons papos com aquela gente que nos acolheu por uma parte da tarde em casa com muito carinho e fartura de alimentos! Seguimos fazendo a digestão até o centro de Porto de Galinhas, onde tomamos um banho de praia rápido pra seguir viagem. Pedalamos até a Praia de Gamboa, onde nos disseram que poderia haver alguém pra atravessar a gente pro outro lado de mais um rio. No caminho passamos por traz dos grandes e famosos resorts de P. de Galinhas, na praia de Muro Alto. Chegamos em Gambou, quase escurecendo já, havia um pescador apenas, que já estava de partida colocando o motorzinho do seu barco encima da mobilete. Ele disse que já era tarde, que não dava pra atravessar a gente, mas falou pra acenarmos para o outro lado do rio que poderia aparecer alguém pra atravessar. Fizemos isso, mas não surtiu efeito. Conclusão, teríamos que passar a noite por ali e atravessar tentar atravessar no outro dia. Um problema, tínhamos apenas uma garrafa de água (800ml) potável pra beber, e cozinhar. Não era possível. Voltamos pela praia, empurrando as bikes pois a areia tava bem fofa, por um quilometro mais ou menos até o primeiro resort. Ali, com o vigilante da primeira barraquinha da praia conseguimos encher as garrafinhas com água potável pra passarmos a noite. Voltamos e acampamos na praia de Gamboa, em frente ao Porto de Suape do outro lado do Rio. Era até bonito ver a iluminação do porto a noite. Montamos as barracas, tomamos um banho de água salobra e fizemos um miojo de 50 minutos pra alimentar. Apagamos após aquele dia bem cansativo (lembrando que a tal rede de selva do Sr. Bernardo já tinha sido abandonada a um tempo. Ô trem chato e demorado de armar!).

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6º Dia - Tamandaré - A Ver o Mar

Decidimos retornar de Recife pra Tamandaré com o Mauro, sujeito que fez o carreto das coisas, e deixamos o Juninho no conforto da casa do Gustavo Grillo (nosso brother que ajudou mundo e aparecerá em outros posts. Chegando a Tamandaré, ainda na camionete, o Mauro mostrou rapidamente a cidade pra gente (com direito a um beijinho da Globeleza de Tamandaré, Niniiiinha) e nos deixou na entrada da Praia dos Carneiros, a mais famosa da região. Demos uma volta pedalando pela praia e começamos a procurar uma forma de atravessar para o outro lado do Rio Formoso pra seguirmos a viagem. Já era fim de tarde, não havíamos andado nenhum km de bike, e as embarcações para atravessar já eram escassas, diziam. Sendo assim começamos a seguir na praia (seguindo pra dentro do rio) perguntando pras pessoas e nas casas como conseguiríamos atravessar. Foi aí que conhecemos um casal super gente fina e hospitaleiro. Apos um dia de bebedeira e churrasco Baby e D. Luciene (lú), já em estado alcoólico avançado, nos convidaram ao quintal, colocaram um forrobolero, nos ofereceram caju, pitu e outras coisas mais. E nos acalmaram dizendo: “Não se preocupem, em breve passa algum amigo de barco aqui e eu peço ele pra atravessarem vocês.” Nos divertimos a valer nessa meia horinha que ficamos ali de papo com eles. Como dito, passou uma embarcação e nosso amigo Baby com um assovio conseguiu que ela se aproximasse. Pediu pra nos atravessar e, de bate-pronto, já estávamos colocando as bikes no barco, agradecendo D. Lú e Baby e partindo pro outro lado do rio. O barco, que levava alguns jovens, nos deixou em um mangue próximo ao píer. Já escurecia e dalí saímos rápido para que os mosquitos não os carregassem. Começamos a pedalar pelo asfalto já estava escuro e não muito propício. Decidimos então parar no próximo local que tivesse para passar a noite. Paramos em A-Ver-o-Mar, um lugarejozinho entre a Praia de Guadalupe e a Praia do Gamela e que não constava no mapa, mas que foi ótimo para aquele dia. Jantamos na Pousada e Restaurante Estrela do Mar. O Jorge, dono da pousada, permitiu que eu tomasse banho na ducha externa (detalhe, Bernardo não tomou banho – 2º dia seguido) e guardássemos as bicicletas no interior da pousada. Acampamos então na pracinha em frente a pousada, sub a iluminação de um poste de luz fraca e amarelada. Muito boa e tranquila a noite passada ali.

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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

5º Dia - Maragogi - Tamandaré

Recaptulando. Dormimos em Maragogi na Pousada São Francisco, acordamos com a dona da pousada, Dona Simone. Uma mãezona nata. As 6:30 da matina ela bate na janela com todas as forças gritando: “Criaaaaaças!!!! O barco não espera não!!!! Vamo acordaaaar”. E nós levantamos correndo para o passeio de Barco já programado no dia anterior com o Paulo (dono de um restaurante e da empresa de turismo das rurigs). Como toda mãe tem razão, D. Simone tava certa e o barco tinha deixado a gente pra traz. Mas, o Paulão agilizou pra gente a sua lancha, e levou-nos até o barco para que pudéssemos fazer o passeio. Curtimos as pescinas naturais de Maragogi. É muito bonito, mas, nada que justifique a grande publicidade que existe em torno desta atração vinculada a Maceió. Vimos coisas interessantes até. O passeio durou até umas 9 da manhã, e voltamos junto com o grupo no catamaran. Retornando a pousada, fomos ao encontro de D. Simone, que estava tomando um wiskzinho, que, segundo ela, é para o seu problema de joelho. Fomos dizer que íamos apenas trocar de roupa, rapidinho, sem tomar banho mesmo, e já veio o xingamento: “Que história é essa de tomar café sem tomar banho???? Vai tomar banho sim meninos!!!!”. “Mas não D. Simone, nós já tomamos uma ducha!!”. “Ah é é?? Então ta bom. Vá lá e vorte logo!”. Figurassa. Pedimos umas informações do caminho pra ela. Perguntamos se recife é perigoso. “Quê???? Minha terra???? Têm nada disso não!! Vão passar em Recife sim meus fioo!!!”

Depois disso tudo, e após comprar mais protetor solar em Maragogi, colocamos os pneus na estrada. Primeira parada pra comer cocada, caju e tomar água nas bancas de beira da estrada. Cruzamos a primeira fronteira de estado (Alagoas-Pernambuco) e entramos na primeira cidade pernambucana: São José da Coroa Grande. Informações, fotos e seguimos por uma estrada de terra bem ruim de pedalar até Várzea do Una, lugarejo ao lado do encontro do Rio Una com o mar. Almoçamos filé de aratú (marisco) e polvo fazendo amigos por ali. Tive que arrumar meu bagageiro porque soltou parafusos durante as costelas da estrada. “Foi caro mai foi bão” – Bernardo. Bê e Juninho foram no Museu de Várzea do Una, eu não fui de preguiça. Neste pouco tempo que passamos nesse pequeno povoado, conhecemos 3 mulekes, Wilkeson, Rickson e Joilson que ficaram super nossos amigos e ajudou em tudo que precisávamos por ali. Fizemos algumas compras, e uma longa negociação com Bil, barqueiro que iria nos atravessar ao outro lado do rio (por, finalmente, 15$ cada) para seguirmos viagem. Foi uma bela travessia. Bil nos levou a um dos pontos turísticos da região, a pedra grande, e o fim de tarde completava o cenário. A próxima praia, onde deveríamos pedalar, era praticamente inviável para pratica do ciclismo. Quase nenhum espaço de areia dura, e muita areia com pequenos pedaços de concha. Oque nos fez empurrar as magrelas por quase toda a sua extensão. Na curva da praia paramos para fazer a limpeza das bikes a partir daí conseguimos pedalar na maré baixa pela Praia do Porto. Era um bom lugar de se acampar, e já escurecia. Mas, resolvemos seguir pois o dia tinha rendido pouco devido a manhã estada em Maragogi. Na ponta da Praia existe a chamada ‘ilha de um coqueiro só’: um braço de areia e pedras bem pequeno que possui apenas um coqueiro, mas que durante a maré baixa, deixa de ser uma “ilha”. Seguimos em diante pela praia, já em meio a escuridão da noite que tomou conta. Lanterninhas a postos iluminando a areia batida. Passamos de frente ao lugarejo .... e de uma casa/bangalô onde havia algumas pessoas. Queríamos continuar e prosseguimos sem parar neste locais, afim de alcançar Tamandaré ainda neste dia. Mas, o rio logo a frente fez com que desistíssemos de continuar. Resolvemos voltar e perguntar no bangalô onde poderíamos dormir. Foi ai que conhecemos os pescadores que ali estavam passando a noite. Eles disseram que aquilo era uma casa em construção que havia sido embargada pelo IBAMA. Eles conheciam o caseiro e utilizavam a estrutura (as cobertas e iluminação, nada mais) para passar a noite. A gente foi convidado a dormir por ali, ou se fosse de nossa preferência, nas cabanas deles logo ao lado dessas construções. Desistimos de acampar próximos as cabanas pois fomos atacados pelas formigas que ali se aproveitavam da nojeira que eles deixavam. Garrafas de Pitu vazias se acumulavam ao canto da cabana. Decidimos então, armar acampamento no bangalô mesmo, de frente ao mar. Após o miojo pacientemente feito com um ebulidor 110 numa tomada 220, regado a bom bate papo com os pescadores (alguns bem bêbados de Pitu), tomamos um banho de caneco ali na caixa d’agua colocada sobre a areia ao lado do “cômodo” de estar deles. Alimentados e limpos, fomos nos recolher. Eu já estava deitado na barraca e o Bernardo montava a sua eternamente montavel rede de selva quando aconteceu a única coisa que considero que deu errado na viagem! Já bem narrada no post “Um dia de sorte”. Sorte? Sim, sorte. A única coisa que deu errado foi a queda. O resto, por muita sorte, deu muito bem certo!