Expedição Galo Pedal III - Curitiba-Floripa - Fevereiro de 2014

Após uma temporada, outra Expedição Galo Pedal vai sair!!! Após percorrer o Nordeste e Centro-Oeste, desbravaremos os meandros das praias e paisagens Sulinas entre Curitiba e Floripa. Tentaremos manter o máximo de atualização no blog, na medida que as localidades e o nosso espírito de isolamento permitir!!

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

5º Dia - Maragogi - Tamandaré

Recaptulando. Dormimos em Maragogi na Pousada São Francisco, acordamos com a dona da pousada, Dona Simone. Uma mãezona nata. As 6:30 da matina ela bate na janela com todas as forças gritando: “Criaaaaaças!!!! O barco não espera não!!!! Vamo acordaaaar”. E nós levantamos correndo para o passeio de Barco já programado no dia anterior com o Paulo (dono de um restaurante e da empresa de turismo das rurigs). Como toda mãe tem razão, D. Simone tava certa e o barco tinha deixado a gente pra traz. Mas, o Paulão agilizou pra gente a sua lancha, e levou-nos até o barco para que pudéssemos fazer o passeio. Curtimos as pescinas naturais de Maragogi. É muito bonito, mas, nada que justifique a grande publicidade que existe em torno desta atração vinculada a Maceió. Vimos coisas interessantes até. O passeio durou até umas 9 da manhã, e voltamos junto com o grupo no catamaran. Retornando a pousada, fomos ao encontro de D. Simone, que estava tomando um wiskzinho, que, segundo ela, é para o seu problema de joelho. Fomos dizer que íamos apenas trocar de roupa, rapidinho, sem tomar banho mesmo, e já veio o xingamento: “Que história é essa de tomar café sem tomar banho???? Vai tomar banho sim meninos!!!!”. “Mas não D. Simone, nós já tomamos uma ducha!!”. “Ah é é?? Então ta bom. Vá lá e vorte logo!”. Figurassa. Pedimos umas informações do caminho pra ela. Perguntamos se recife é perigoso. “Quê???? Minha terra???? Têm nada disso não!! Vão passar em Recife sim meus fioo!!!”

Depois disso tudo, e após comprar mais protetor solar em Maragogi, colocamos os pneus na estrada. Primeira parada pra comer cocada, caju e tomar água nas bancas de beira da estrada. Cruzamos a primeira fronteira de estado (Alagoas-Pernambuco) e entramos na primeira cidade pernambucana: São José da Coroa Grande. Informações, fotos e seguimos por uma estrada de terra bem ruim de pedalar até Várzea do Una, lugarejo ao lado do encontro do Rio Una com o mar. Almoçamos filé de aratú (marisco) e polvo fazendo amigos por ali. Tive que arrumar meu bagageiro porque soltou parafusos durante as costelas da estrada. “Foi caro mai foi bão” – Bernardo. Bê e Juninho foram no Museu de Várzea do Una, eu não fui de preguiça. Neste pouco tempo que passamos nesse pequeno povoado, conhecemos 3 mulekes, Wilkeson, Rickson e Joilson que ficaram super nossos amigos e ajudou em tudo que precisávamos por ali. Fizemos algumas compras, e uma longa negociação com Bil, barqueiro que iria nos atravessar ao outro lado do rio (por, finalmente, 15$ cada) para seguirmos viagem. Foi uma bela travessia. Bil nos levou a um dos pontos turísticos da região, a pedra grande, e o fim de tarde completava o cenário. A próxima praia, onde deveríamos pedalar, era praticamente inviável para pratica do ciclismo. Quase nenhum espaço de areia dura, e muita areia com pequenos pedaços de concha. Oque nos fez empurrar as magrelas por quase toda a sua extensão. Na curva da praia paramos para fazer a limpeza das bikes a partir daí conseguimos pedalar na maré baixa pela Praia do Porto. Era um bom lugar de se acampar, e já escurecia. Mas, resolvemos seguir pois o dia tinha rendido pouco devido a manhã estada em Maragogi. Na ponta da Praia existe a chamada ‘ilha de um coqueiro só’: um braço de areia e pedras bem pequeno que possui apenas um coqueiro, mas que durante a maré baixa, deixa de ser uma “ilha”. Seguimos em diante pela praia, já em meio a escuridão da noite que tomou conta. Lanterninhas a postos iluminando a areia batida. Passamos de frente ao lugarejo .... e de uma casa/bangalô onde havia algumas pessoas. Queríamos continuar e prosseguimos sem parar neste locais, afim de alcançar Tamandaré ainda neste dia. Mas, o rio logo a frente fez com que desistíssemos de continuar. Resolvemos voltar e perguntar no bangalô onde poderíamos dormir. Foi ai que conhecemos os pescadores que ali estavam passando a noite. Eles disseram que aquilo era uma casa em construção que havia sido embargada pelo IBAMA. Eles conheciam o caseiro e utilizavam a estrutura (as cobertas e iluminação, nada mais) para passar a noite. A gente foi convidado a dormir por ali, ou se fosse de nossa preferência, nas cabanas deles logo ao lado dessas construções. Desistimos de acampar próximos as cabanas pois fomos atacados pelas formigas que ali se aproveitavam da nojeira que eles deixavam. Garrafas de Pitu vazias se acumulavam ao canto da cabana. Decidimos então, armar acampamento no bangalô mesmo, de frente ao mar. Após o miojo pacientemente feito com um ebulidor 110 numa tomada 220, regado a bom bate papo com os pescadores (alguns bem bêbados de Pitu), tomamos um banho de caneco ali na caixa d’agua colocada sobre a areia ao lado do “cômodo” de estar deles. Alimentados e limpos, fomos nos recolher. Eu já estava deitado na barraca e o Bernardo montava a sua eternamente montavel rede de selva quando aconteceu a única coisa que considero que deu errado na viagem! Já bem narrada no post “Um dia de sorte”. Sorte? Sim, sorte. A única coisa que deu errado foi a queda. O resto, por muita sorte, deu muito bem certo!

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